Sem surpresas, João foi o nome mais registado ao longo da década que agora se aproxima do fim mas, a meu ver, os nomes que marcam os últimos dez anos são Rodrigo, Martim e Santiago. E para que não restem dúvidas, até ao momento, a diferença entre o número total de registos de João e de Rodrigo é de cerca de 700 registos, o que nem é assim tanto, se tivermos em conta o estatuto intocável de João.
O auge de Rodrigo ocorreu entre 2006 e 2009, quando chegou a ser alvo de mais de 3 mil registos anuais, mas continuou a capitalizar essa popularidade no início da década, ficando quatro anos consecutivos no topo da tabela. Por essa altura, Martim ocupava a 3.ª posição do ranking e chegou mesmo ao segundo lugar em 2015, numa altura em que já podíamos perceber que as dinâmicas começavam a mudar. Em pouco tempo, Santiago começou a recolher a preferência dos pais portugueses, ficando em primeiro lugar em 2016 e 2017. Nesse período, Rodrigo e Martim começam a afastar-de do top 5, de onde saíram em 2018.
Os números não deixam margem para dúvida e podem ser comprovados por qualquer pessoa que tenha convivido com crianças nos últimos dez anos. A presença de Rodrigo e Martim era constante e, em certa medida, tal como aconteceu com Leonor e Matilde, parecia avassaladora. Mas o que mais recordarei desta época foi a força destes nomes medievais. Sei que há quem não seja fã do conceito de Pares Perfeitos mas, para mim, é cada vez mais claro que nos vamos movendo por temáticas. Creio que não nos afastaremos desta tendência no imediato, mas reparem que, entretanto, temos concentrado as atenções em Santiago & Benedita, que apesar de não saírem dessa linha, nos mostram outra trajectória paralela.