O meu primeiro post neste blog foi em 2009, ano em que Carminho foi registado em duas meninas portuguesas. Os meus dados dizem-me que foram os primeiros registos do século XXI e eu acredito, uma vez que Carminho era encarado apenas e só como diminutivo de Maria do Carmo, nome bastante comum em Portugal mas que, à época, tinha caído muito em desuso [em 2009 foram registadas 8 bebés com o nome Carmo].
O percurso espantoso de Carminho foi acompanhado aqui no blog com muita atenção. Debatemos se seria demasiado informal, demasiado infantil, abriu portas para posts sobre nomes diminutivos, debatemos se o uso de diminutivos seria desrespeitoso... Desafio-vos a espreitarem os posts, nem que seja só para verem os títulos, perceberem o contexto e relembrarem o que motivou esta popularidade. Concluíndo, Carminho foi, na minha opinião, um dos nomes marcantes da década e se, no início do próximo ano, o visse no top 20, não ficaria propriamente surpreendida, ainda que os últimos dados que tenho demonstrem apenas que, em 2018, já tinha ultrapassado os duzentos registos anuais e ocupava a 36.ª posição do ranking, o que é manifestamente impressionante.
Ora, este período de efervescência de Carminho não afectou muito Carmo, que em 2018 não passou dos 25 registos. E, por aproximação, também não impulsionou o uso de Cármen, que se manteve sempre estável, próximo dos 20 registos anuais. Em tempos relativamente recentes, Cármen teve um pico de popularidade na década de 70, o que ajuda a explicar por que motivo foi desaparecendo das maternidades. Além disso, Carminho beneficiou de um regresso aos nomes medievais, num momento em que parecíamos querer resgatar a identidade portuguesa, enquanto que Cármen talvez remetesse com facilidade para Espanha - onde, aliás, ocupa a 14.ª posição do ranking.
Portanto, pode-se dizer que Carminho & Cármen estão a anos-luz um do outro em termos de popularidade e naquilo que, numa primeira análise, transparecem. No entanto, pergunto-me se não teremos aqui um nome com bastante potencial para os anos que aí vêm. Já demos conta de uma tendência que nos encaminha para o regresso de alguns nomes retro e não seria o primeiro nome de influência hispânica de que falaríamos. Além do mais, Cármen - ou melhor, Carmen, sem acento, que também pode ser registado - é um nome bastante reconhecido internacionalmente, o que é um bom ponto a favor.
O que é que vocês acham de Carmen?