Tenho a sensação de que todas as pessoas com quem converso sobre esta temática não simpatizam nada com o aportuguesamento de nomes e Quévin era um dos exemplos que vinha sempre à baila. No entanto, as listas de nomes registados anualmente mostram que havia quem não se importasse com as alterações gráficas exigidas para o registo e, nos últimos quatro anos, foram registados 29 meninos com o nome Quévin e 201 meninos com Kévim. Mas, soube-se ontem, a regra mudou e agora os portugueses podem registar o nome de origem irlandesa Kevin sem qualquer problema.
Na verdade, já existem muitos rapazes portugueses chamados Kevin [e vamos deixar sem resposta a pergunta Mas como, se era proibido?!!]. Desde 1990, foram registados 4107. Leram bem, mais de quatro mil. Na altura em que o franchise dos filmes Sozinho em Casa estava no auge da popularidade, por cá, eram registados anualmente mais de trezento e, em 1994, Kevin ocupou a 35.ª posição do ranking de nomes masculinos registados em Portugal, posição que hoje é ocupada por Mateus.
Quero com isto dizer que Kevin, que significa "belo", não é propriamente uma novidade ou um nome cheio de frescura mas não deixa de corresponder à ideia de nome moderno em Portugal. Nos países anglo-saxónicos está um pouco demodé e saber que era um nome marcante da década de 70 nos EUA acaba por influenciar a forma como o vejo.
E agora uma pequena brincadeira: se nomes como Kevin, James, Oliver, Dilan e Noah, só para mencionar alguns, já podem ser registados, não poderíamos equacionar a aprovação de outros nomes masculinos? Estive a olhar para a lista de nomes mais registados em Inglaterra e Gales e acho que estes tinham potencial, porque se lêem tal e qual se escrevem:
- Arlo
- Carter
- Ezra
- Evan
- Kai
- Liam
- Lukas
- Mark
- Otis
- Toby
Se fosse um processo sem custos, gostariam de solicitar a aprovação de algum nome masculino?