Ainda sobre o uso do nome do pai...

em 21/07/22

John e Julian Lennon

Falamos aqui muitas vezes de escolhas de nomes com base em homenagens e achei que valia a pena trazer aqui a notícia de que o filho de John Lennon decidiu, quase a chegar aos 60 anos, alterar legalmente o seu primeiro nome, que partilhava com o pai. No quotidiano, este John Lennon sempre foi tratado por Julian mas, burocraticamente, isso não acontecia, o que lhe causava algum desconforto. 

Arrisco dizer que haverá milhares de homens nomeados em homenagem ao grande ídolo britânico, mas não deixa de ser curioso que o seu próprio filho, ainda que tenha frisado que quer respeitar o legado dos pais, tenha sentido necessidade de reclamar a sua identidade. Neste caso, a mudança de nome apenas implicou trocar a ordem dos antropónimos - passou de John Charles Julian para Julian Charles John - e, apesar de tudo, o Lennon mais novo continua a ter um nome de família, já que Julian foi inspirado na sua avó Júlia. 

Eu entendo-o perfeitamente, era uma herança pesadíssima. Esta prática de dar aos filhos os nomes dos pais é algo que rejeito com mais veemência a cada dia que passa e já vos expliquei várias vezes por quê. Sendo o nome o nosso primeiro identificador e com tantos nomes bonitos, parece-me genuinamente dispensável. 

Mais sobre este tema, aqui e aqui

7 comentários:

  1. Olá Filipa.
    Fico muito satisfeita por voltar a tê-la ativa no blog. Aproveito para mandar um beijinho para a Frederica e para a Caetana.
    Em relação ao tema desta publicação, para mim, já é mau os filhos terem os nomes dos pais e pior do que isso é darem os nomes aos filhos de familiares falecidos como uma suposta homenagem. A criança vem ao mundo e não conhece a pessoa e tem que carregar o nome e a história pesada que o nome traz.

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    1. Achei interessante a sua opinião, sempre detestei a ideia de dar o nome dos pais aos filhos, conheço alguns, pai e filho ambos Vasco, mãe Ana Sofia e filha Sofia...para mim nunca fez realmente sentido. No entanto, sempre achei piada a eventualmente dar-se nomes de avós/bisavós que já tenham falecido (a menos que exista realmente um peso enorme nessa perda)...o meu avô morreu quando eu tinha 13 anos, já passaram quase 20 anos e apesar de termos saudades, falamos nele com alguma leveza, relembramos muitas vezes coisas que ele dizia ou fazia...chamava-se José Maria e era um nome que ponderaria para um filho, calhou o meu marido ser um esquisito e não gostar por achar "demasiado beto", então escolhemos outros nomes para os nossos pequenotes, na lista também esteve o nome Manuel que é precisamente o nome do avô do meu marido e que nem ele conheceu mas de quem sempre ouviu histórias bonitas...não me faria confusão usar um nome de um familiar assim...

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  2. Não poderia estar mais de acordo. Detesto ver os filhos com os nomes dos pais. Acho uma falta de originalidade. E vou mais longe, estendo-o a familiares diretos!

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  3. Não gosto de ver filhos com nomes de familiares, especialmente como primeiro nome, porque se for o segundo ainda disfarça porque a maior parte das pessoas não utiliza-o de qualquer das maneiras.
    Acho ainda pior dar um nome á criança e chama-la por outro, se for um diminutivo é uma coisa, mas outro nome completamente é diferente... E percebo completamente quando essas pessoas eventualmente mudam o nome... Conheço uma Noémia que o dela é Maria Ilda!!
    O meu marido tem o nome do avô que nunca conheçeu e que não tem ligação nenhum.

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  4. Achei curioso isso de chamarem o nome que a pessoa nem tem pois nunca tinham visto isso dessa forma e quando li o seu comentário vieram-me umas quantas pessoas à cabeça. Super estranho isto.

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  5. se gostar do nome do pai ate coloco meu ultimo sobrenome e ultimo nome do meu marido!sim,amigos e até professores me chamavam de Júlia e não tenhho este nome! prefiriria Julian Charles Lennon ou Sean Ono Lennon pra mim é mais sonoro!

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  6. Na minha opinião, nome serve para distinguir as pessoas, certo? Então, para quê dar o mesmo nome? Dá pra homenagear de outras formas: com a mesma inicial, com a mesma terminação ou com o mesmo significado. Acho mais sútil e válido também. Eu adoro meu nome, mas não o daria a uma filha e nem Ivan para um filho. Também não daria o nome do meu pai ou mãe. Não gosto de repetições. Temos tantos nomes à disposição, não vejo sentido nisso. Claro que cada um faz o que achar melhor...

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Num blog sobre nomes, vai mesmo optar por ser apenas Anónimo? :)