Ontem conversei com uma mãe que está arrependida do nome que acabou por escolher para a filha e que se recriminava muito por sentir tamanha insegurança. Garanti-lhe que já falei com várias pessoas na mesma situação e que, apesar de ser um assunto quase tabu, a verdade é que nem sempre a decisão que tomamos ao longo da gravidez faz sentido depois de o bebé nascer.
Há nomes que foram escolhidos por pressão familiar, nomes que foram terceiras ou quartas escolhas porque houve necessidade de chegar a um consenso; nomes que pareciam perfeitos até aos primeiros dias e depois, simplesmente, passaram a agredir o ouvido. Os motivos variam muito, mas o sentimento de tristeza e impotência costuma ser sempre igual, bem como a ideia que são as primeiras pessoas do mundo a passar pela experiência. Não são! E não precisam de ter vergonha, nem devem focar-se no que é que os outros irão pensar, porque se nos arrependemos de tantas coisas ao longo da vida, se tomamos tantas decisões precipitadas, será assim tão impensável que isso aconteça com a escolha de um nome?
Tendo em conta os relatos que já fui ouvindo, acho que devem sempre partilhar o desconforto com o vosso parceiro ou parceira, porque o sentimento de culpa costuma ser enorme e acho que ninguém deve passar por isso sozinho. E depois, se ponderarem mesmo mudar o nome - o que, a meu ver, não é o fim do mundo, de todo! - o meu conselho é que entrem em contacto com o IRN para perceber como é que o poderiam fazer.
Acima de tudo, quero deixar-vos uma palavra de conforto e reforçar a ideia que esta sensação é comum a muitos pais e que mesmo que não conheçam casos de pessoas que mudaram os nomes dos filhos, não quer dizer que a ideia não lhes tenha passado pela cabeça!
E desse lado, alguém sentiu arrependimento pelo nome escolhido?
Tema interessante, Filipa.
ResponderEliminarMas nesse caso, os filhos teriam de esperar até aos 18 anos para poder mudar de nome ou os próprios pais o poderiam fazer?
Concordo consigo, às vezes os nomes são escolhidos por pressão, ou por "modinha" e os pais acabam por se arrepender. E não há que ter vergonha nisso, como disse.
O que já vi acontecer foi alguns pais arrependerem-se de alguns nomes compostos ou o contrário, darem nomes singulares e ao longo do tempo sentirem a necessidade de um nome composto.
É verdade esta situação com os nomes compostos. A minha mãe acabou por dar às filhas o nome das madrinhas (Ana e Isabel) conjugado com dois nomes que ela adorava (Catarina e Margarida). Ana Catarina passa bastante despercebido e, na verdade, raramente me lembro que a minha irmã é Ana. Mas Margarida Isabel acho dois nomes demasiado fortes e tradicionais juntos. Julgo que a minha mãe passou um mau bocado com essa decisão. Hoje em dia nem assino com Isabel e muito pouca gente sabe que existe, apesar de até gostar do nome isoladamente.��
EliminarExatamente, Margarida. Já vi várias pessoas que se arrependeram dos compostos que escolheram.
EliminarEu não me arrependi mas nas primeiras semanas sentia-me estranha a chamar pelo nome do meu filho e cheguei a pensar se tinha feito a escolha certa, se era problema do nome ou problema meu.. Passou mas acho normal que se tenha dúvidas!
ResponderEliminarEu tambem me senti bastante estranha a chamar a minha bebe pelo nome. Durante toda a gravidez nunca chamei ela pelo nome e mesmo depois de ela nascer durante para ai o primeiro mês tambem não chamava...
EliminarTive exactamente o mesmo sentimento, e fui eu a insistir no nome do meu filho, o pai queria outro, mas eu há tantos anos que adorava este, que ele acabou por ceder. No primeiro mês achava estranhíssimo chamá-lo pelo nome, talvez por durante a gravidez ter sido sempre "O Bebé"...depois habituei-me, hoje fico feliz por ter insistido no nome, porque continuo a adorar
EliminarEu não me arrependo do nome que pus à minha mais velha - Alice de 15 anos. Mas se soubesse o quanto seria popular hoje em dia, não o punha. Gosto de nomes que não se oiçam muito, e Alice está em todo o lado... O do meio é Matias e até ver anda discreto. Agora da mais nova, o nome escolhido foi Luísa, mas não estava no meu top 3. Fiquei um bocadinho triste por não ter conseguido convencer o pai a pôr Olívia, mas já me habituei a Luísa e agora gosto muito. Também tem andado discreto, pelo menos no meu núcleo.
ResponderEliminarNunca me arrependi do nome que coloquei ao meu filho. Não fui atrás de modas, segui a minha vontade e era um nome que já gostava à muitos anos. Por sorte nunca foi o preferido dos portugueses, mas está no top 100. Por isso, anda naquele meio termo nem é muito ouvido nem está esquecido.
ResponderEliminarCompreendo perfeitamente e também me parece, pelo que vejo à minha volta, que não é uma situação rara.
ResponderEliminarO nome do meu primeiro filho foi um compromisso, confesso que nos dois primeiros anos ainda pensava muito no que tinha sido o meu nome de eleição, depois passou e agora sinto que não podia ser outro nome.
Conheço quem tenha mesmo chegado a mudar o nome e se não me engano, até aos 12 meses, esta mudança não tem nenhum custo. Não me choca nada mudar um nome, afinal é para a vida e será preferível uns meses de estranheza a muitos anos de tristeza.