Escolha do nome: vamos falar de arrependimento?

em 26/05/21


Ontem conversei com uma mãe que está arrependida do nome que acabou por escolher para a filha e que se recriminava muito por sentir tamanha insegurança. Garanti-lhe que já falei com várias pessoas na mesma situação e que, apesar de ser um assunto quase tabu, a verdade é que nem sempre a decisão que tomamos ao longo da gravidez faz sentido depois de o bebé nascer. 

Há nomes que foram escolhidos por pressão familiar, nomes que foram terceiras ou quartas escolhas porque houve necessidade de chegar a um consenso; nomes que pareciam perfeitos até aos primeiros dias e depois, simplesmente, passaram a agredir o ouvido. Os motivos variam muito, mas o sentimento de tristeza e impotência costuma ser sempre igual, bem como a ideia que são as primeiras pessoas do mundo a passar pela experiência. Não são! E não precisam de ter vergonha, nem devem focar-se no que é que os outros irão pensar, porque se nos arrependemos de tantas coisas ao longo da vida, se tomamos tantas decisões precipitadas, será assim tão impensável que isso aconteça com a escolha de um nome? 

Tendo em conta os relatos que já fui ouvindo, acho que devem sempre partilhar o desconforto com o vosso parceiro ou parceira, porque o sentimento de culpa costuma ser enorme e acho que ninguém deve passar por isso sozinho. E depois, se ponderarem mesmo mudar o nome - o que, a meu ver, não é o fim do mundo, de todo! - o meu conselho é que entrem em contacto com o IRN para perceber como é que o poderiam fazer. 

Acima de tudo, quero deixar-vos uma palavra de conforto e reforçar a ideia que esta sensação é comum a muitos pais e que mesmo que não conheçam casos de pessoas que mudaram os nomes dos filhos, não quer dizer que a ideia não lhes tenha passado pela cabeça! 

E desse lado, alguém sentiu arrependimento pelo nome escolhido? 

9 comentários:

  1. Tema interessante, Filipa.
    Mas nesse caso, os filhos teriam de esperar até aos 18 anos para poder mudar de nome ou os próprios pais o poderiam fazer?

    Concordo consigo, às vezes os nomes são escolhidos por pressão, ou por "modinha" e os pais acabam por se arrepender. E não há que ter vergonha nisso, como disse.

    O que já vi acontecer foi alguns pais arrependerem-se de alguns nomes compostos ou o contrário, darem nomes singulares e ao longo do tempo sentirem a necessidade de um nome composto.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É verdade esta situação com os nomes compostos. A minha mãe acabou por dar às filhas o nome das madrinhas (Ana e Isabel) conjugado com dois nomes que ela adorava (Catarina e Margarida). Ana Catarina passa bastante despercebido e, na verdade, raramente me lembro que a minha irmã é Ana. Mas Margarida Isabel acho dois nomes demasiado fortes e tradicionais juntos. Julgo que a minha mãe passou um mau bocado com essa decisão. Hoje em dia nem assino com Isabel e muito pouca gente sabe que existe, apesar de até gostar do nome isoladamente.��

      Eliminar
    2. Exatamente, Margarida. Já vi várias pessoas que se arrependeram dos compostos que escolheram.

      Eliminar
  2. Eu não me arrependi mas nas primeiras semanas sentia-me estranha a chamar pelo nome do meu filho e cheguei a pensar se tinha feito a escolha certa, se era problema do nome ou problema meu.. Passou mas acho normal que se tenha dúvidas!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu tambem me senti bastante estranha a chamar a minha bebe pelo nome. Durante toda a gravidez nunca chamei ela pelo nome e mesmo depois de ela nascer durante para ai o primeiro mês tambem não chamava...

      Eliminar
    2. Tive exactamente o mesmo sentimento, e fui eu a insistir no nome do meu filho, o pai queria outro, mas eu há tantos anos que adorava este, que ele acabou por ceder. No primeiro mês achava estranhíssimo chamá-lo pelo nome, talvez por durante a gravidez ter sido sempre "O Bebé"...depois habituei-me, hoje fico feliz por ter insistido no nome, porque continuo a adorar

      Eliminar
  3. Eu não me arrependo do nome que pus à minha mais velha - Alice de 15 anos. Mas se soubesse o quanto seria popular hoje em dia, não o punha. Gosto de nomes que não se oiçam muito, e Alice está em todo o lado... O do meio é Matias e até ver anda discreto. Agora da mais nova, o nome escolhido foi Luísa, mas não estava no meu top 3. Fiquei um bocadinho triste por não ter conseguido convencer o pai a pôr Olívia, mas já me habituei a Luísa e agora gosto muito. Também tem andado discreto, pelo menos no meu núcleo.

    ResponderEliminar
  4. Nunca me arrependi do nome que coloquei ao meu filho. Não fui atrás de modas, segui a minha vontade e era um nome que já gostava à muitos anos. Por sorte nunca foi o preferido dos portugueses, mas está no top 100. Por isso, anda naquele meio termo nem é muito ouvido nem está esquecido.

    ResponderEliminar
  5. Compreendo perfeitamente e também me parece, pelo que vejo à minha volta, que não é uma situação rara.
    O nome do meu primeiro filho foi um compromisso, confesso que nos dois primeiros anos ainda pensava muito no que tinha sido o meu nome de eleição, depois passou e agora sinto que não podia ser outro nome.
    Conheço quem tenha mesmo chegado a mudar o nome e se não me engano, até aos 12 meses, esta mudança não tem nenhum custo. Não me choca nada mudar um nome, afinal é para a vida e será preferível uns meses de estranheza a muitos anos de tristeza.

    ResponderEliminar

Obrigada por participar na conversa!
Credibilize o seu comentário, assinando sempre com o mesmo pseudónimo!
Num blog sobre nomes, vai mesmo optar por ser apenas Anónimo? :)