O apelido materno

em 08/03/21


Em Portugal, o último apelido do bebé é tradicionalmente o paterno, mas a lei vigente permite que a ordem dos apelidos seja livremente escolhida e, como tal, o último apelido pode muito bem ser o materno. Não é uma prática comum e, em 2010, só aconteceu em 3% dos registos mas acho importante que as mulheres saibam que o podem fazer. 

Quando registamos a Frederica, não equacionei essa opção porque o meu último apelido é um bocado difícil de assimilar e, na verdade, nem o meu próprio pai o usa socialmente. E desse lado, pensaram nessa possibilidade? Acham que seria uma decisão tranquila ou acham meio caminho andado para criar um conflito familiar? 😇

33 comentários:

  1. Boa lembrança para o Dia da Mulher!
    Nas situações em que os pais são casados, só conheço uma família que optou assim. Conheço vários outros casos em que o último ou os únicos apelidos são da mãe, mas as mães são solteiras.
    Outra situação que tenho visto muito nos últimos anos é os pais optarem por dar aos filhos os apelidos das suas próprias mães (as avós das crianças), em vez dos apelidos dos avôs. Geralmente, porque o apelido da avó é mais incomum e preferem usar o que é mais distintivo (ex: o pai é João Flores Santos e dá à criança o apelido Flores, da avó, "esquecendo" o Santos, nome do avô).

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    1. Essa situação dos únicos apelidos do bebé serem da mãe, não tem a ver com a mãe ser < solteira >. Mais depressa poderá ser de o pai ainda não ter reconhecido o bebé

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  2. Em 2017 quando tive o meu filho equacionamos inverter e usar o meu apelido (somos casados mas não adoptei nome de marido), no entanto, escrevemos, lemos, dissemos em voz alta o nome completo e soava sempre melhor com o do pai no fim. Agora iremos manter quando o rebento nascer, mas apenas porque preferimos a sonoridade e não porque o nome do pai tem que vir no fim.

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  3. Eu tenho 4 apelidos (2 maternos e 2 paternos), os maternos primeiro e os paternos no fim. Acho que, por mais progressistas que a minha mãe e o meu pai sejam, nunca consideraram colocar os maternos em último porque nem sabiam que era possível, e também porque não soa tão bem.

    Antes usava o último apelido paterno, mas há uns anos decidi passar a usar um dos maternos, e não foi problema nenhum.

    Se algum dia for mãe, o último apelido da criança será o meu :)

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  4. Desde que me interesso por nomes que o último apelido dos meus filhos seria o meu apelido materno: Valério. Há várias razões mas as principais são: nunca tive nenhum tipo de relação com o meu pai; é um apelido diferente e marcante com o qual tenho uma grande ligação emocional.
    No entanto, o meu namorado (SG) propôs-me o seguinte: se for menino seria G Valério e se fosse menina Valério G. Eu gosto desta hipótese porque ambos queremos adotar o apelido um do outro mas antes do nosso último apelido. Portanto invés de ficar Luísa R. Valério F. (apelido que quero retirar) ficarei LRGV, algo que me agrada bastante!

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  5. Eu acho que faz todo o sentido usar como último nome o da mãe, principalmente em situações em que o apelido do pai é demasiado banal ou até mesmo embaraçoso/feio (na escola, conheci um rapaz que se chamava João Pilão - acho que conseguem imaginar as piadas desagradáveis que eram feitas com o nome dele) e em situações em que a mãe tem um apelido mais importante/conhecido na sociedade. Nos casos de mães solteiras, então acho que nem se devia por essa questão.

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  6. Bem..... quando tiver filhos eu quero muito que elxs tenham os meus dois sobrenomes. Ainda mais sabendo que o meu sobrenome do meio, Sena é o que mais gosto e é um sobrenome materno, vindo da minha trisavó, ou seja todos na família são Sena alguma coisa rsrs. Mas com certeza optaria em por os meus sobrenomes por último.

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  7. Olá,
    O meu filho nascido em 2019 tem o meu apelido como ultimo nome.
    Foi algo que sempre quis e o meu marido concordou na boa, se n concordasse ia tentar chegar a acordo.
    Ele queria uma menina, então na brincadeira diziamos que se fosse menina ficava com o apelido dele e se fosse menino com o meu!
    Não concordo que a regra seja ficarem com o nome do pai pq é a mãe que sofre mais na gravidez e parto...
    No entanto isto causa muita estranheza nas pessoas, como se o meu marido fosse "fraco" por ter permitido, mas quem nos conhece sabe que não podia estar mais longe da verdade!

    Algo que tb me faz muita confusão é que ainda existem muitas mulheres q assumem o apelido do marido, não consigo compreender que alguem o faça de forma voluntária. É o nosso nome! E em caso de divorcio e futuro casamento? Vai estar a mulher a ter meia duzia de apelidos durante a vida?


    (é a terceira vez que tento comentar! espero que n apareça repetido :))

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    1. Olá Diana! Desculpe se a pergunta for demasiado intrusiva, mas a família do seu marido, concretamente, reagiu bem à vossa decisão?

      Temos então um homem, que dialoga com a mulher e entende que a tomada de decisão cabe aos dois, a ser visto como "fraco"... Temos tanto caminho pela frente, não é?

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    2. Diana, casei em 2015 e sempre disse que não usaria nome de marido, tenho o meu... e nem é pensar em possível divórcio, é a nossa identidade que não tem que ser anulada. Apesar de todas as mulheres da família terem assumido o nome do conjuge nunca ninguém questionou a minha decisão.

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    3. Filipa respondo com muito gosto.
      O unico que questionou foi o pai do meu marido (para enquadrar ele é filho unico e o unico neto rapaz e o nosso filho seria o unico a continuar com o nome de familia, e é uma familia conceituada na zona deles), mas o meu marido respondeu algo assim "Então pai? És tão a favor da igualdade e agora estás ofendido por ficar com o apelido da mãe?" e ficou por aqui :)

      O meu pai esse ficou muito orgulhoso (somos apenas 2 irmãs e não tenho primos para continuar o nome do meu avô tb) mas não comentou mt o assunto.

      Penso que a decisão acabou por ser bem aceite e natural (não é que alguém tenha algo que opinar!) pq eu sempre disse que filho meu teria o meu apelido que é super invulgar.
      E eu sou conhecida por n ligar a convenções e fazer o que quero, já o nosso casamento foi invulgar (nada de igreja nem festa tipica). E o meu marido nunca teve aliança pq disse q n gostava de aneis e não iria usar, então não compramos aliança para ele :)

      Isso de ele poder ser visto como "fraco" é só por quem n nos conhece. Ele é uma pessoa de opiniões mt vincadas e faz questão de as expor de forma veemente! Mas sim ainda há um longo caminho a percorrer...

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    4. Olá Anónimo,
      Em nem pensei em assumir o nome dele, alguem me perguntou umas semanas antes do casamento e eu fiquei parva a olhar para essa pessoa e a tentar alcançar o significado do que me estava a perguntar :) :) :)
      Nem me passou pela cabeça nem pela cabeça do meu marido.

      Por acaso na minha familia n é tradição, nem a minha mãe mudou o nome, nem as minhas avós! E tenho uma familia super normal e tradicional. Nem tias minhas que eu saiba.

      Acho sinal de submissão para dizer a verdade... no entanto tenho 1 ou 2 amigas que o fizeram e são mulheres independentes. N consigo perceber.

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    5. Acho muito curioso este tema. Uso com muito orgulho o apelido do meu pai (que só teve filhas). Namorei com o meu marido 11 anos e sempre disse que não iria adoptar o apelido dele, que não fazia sentido nenhum mudar o meu nome.
      Em 2015 casei e a questão do apelido nem foi abordada. Não adoptei o nome dele.
      Quanto a futuros filhos, sempre assumi, sem qualquer constrangimento, que teriam o meu apelido paterno seguido do apelido paterno do pai, ie, a versão tradicional.
      No entanto, no momento em que comecei a tentar engravidar, inexplicavelmente mudei de ideias e quis adoptar o nome do meu marido, precisamente porque seria o nome dos nossos filhos, da nova família que estávamos a criar, e eu queria estar incluída. Sei que é uma parvoíce, que se eu não tivesse adoptado o nome do meu marido, obviamente que também pertenceria à família, que o nosso filho teria um nome da mãe e um nome do pai, e que essa seria a nossa "união". Não consigo explicar o que senti, porque mudei de ideias, mas a realidade é que o fiz. Nem contei nada ao meu marido. Falei com as minhas irmãs, que com experiencias diferentes (umas adoptaram o apelido do marido e outras não) me deram a sua opinião, mas o que prevaleceu foi a minha vontade de fazer parte desta nova família.
      E assim como a minha família é muito marcada pelo apelido do meu pai, esta nova família também seria, e eu queria fazer parte.
      Sempre disse que não queria ser mãe solteira, e tinha a sensação que quem ouvisse o meu nome e o nome do meu filho, sendo diferentes, iria parecer que era mãe solteira... Não consigo explicar. Até a escrever este texto me parece estranho...
      Conclusão, adoptei o nome do meu marido e só o uso em contextos onde os meus filhos estão implicados. Apresento-me da mesma maneira, mantive a minha assinatura e profissionalmente mantenho exclusivamente o meu apelido, que é até usado como marca.
      Mas faz-me sentir bem, quando é algo relacionado com os meus filhos, eu ter o nome deles.
      Ou seja, no fundo eu adoptei o nome dos meus filhos, que por acaso têm o nome do meu marido.
      A vontade só (e inexplicavelmente) mudou no momento em que decidi ser mãe.
      Desculpem o texto longo, mas gostaria de partilhar a minha experiência.
      Todas as hipóteses são válidas, desde que sintam que é o melhor para vocês =)

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    6. Olá "unknown",
      Obrigada pela partilha. Tenho uma colega q diz q vai mudar o nome qd casar pq quer ter o nome dos filhos, faz-me um pouco de confusão admito.

      No meu caso não mudei e o meu filho tem o meu nome :)

      Já agora uma pergunta pessoal, se me permitir, em caso de divórcio ficaria na mesma com o nome do marido?

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    7. Também quando casei em 2017 não adoptei o nome do meu marido, não me fazia qualquer sentido, passar a ser conhecida por outro nome, mudar a minha identidade. Tenho 3 apelidos e o meu marido 2, para a nossa filha quisemos um nome simples e ficou apenas com o meu último apelido seguido do último do pai. Não me importei de "manter a tradição" porque acho que assim soava bem e porque qualquer ordem escolhida estaria a "beneficiar"/"prejudicar" uma das partes, por isso é indiferente. Tenho pena que se vão perdendo apelidos de família neste caminho, mas é a vida, para nós nunca foi um "big deal".

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    8. Também tenho uns amigos que quando casaram mudaram ambos os apelidos (ela adotou o dele e ele o dela, na mesma ordem) e a filha tem esses ambos apelidos na mesma ordem (de forma a que os 3 membros da família tenham os mesmos apelidos). Se eu tivesse mudado o meu nome aquando do casamento, seria assim. Mas não me faz confusão que a minha filha tenha um apelido que não é meu.

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    9. Não me importo nada.
      Confesso que nunca pensei muito nessa possibilidade, mas caso acontecesse, retiraria o apelido dele. É que aí, o conceito de família que falo já não iria existir. E os meus filhos ficariam então com um nome da mãe e um do pai.
      A mim também sempre me fez confusão mudar o apelido, mas realmente mudei de ideias quando os filhos entraram na equação. Enquanto formos uma só família (e espero que assim seja sempre) eu tenho o mesmo apelido que eles. Caso deixe de ser, irei regressar à minha ideia original.

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  8. Tenho dois amigos (namorados) que equacionaram juntar o último apelido de cada um deles com um hífen. Criavam um novo apelido (esta opção é muito usada nos EUA). Gostei desta opção! Somos de uma geração em que é raro encontrar pessoas com apenas 2 apelidos (eu tenho 4, mais o nome próprio e segundo nome. Dá sempre um trabalhão escrever tudo). Se puder será primeiro nome e o apelido de cada um separado por hífen. A ordem dependerá do apelido do marido. O meu último apelido é muito forte e não existem muitas pessoas com esse apelido. Obviamente que fico triste retirar os apelidos maternos e o da avó paterna, no entanto nunca gostei de nomes gigantes

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  9. Pois bem, eu já sabia disso. E eu faço parte desses valores de 2010. Foi opção nossa, mas partiu de mim abordar essa situação. E assim ficou.

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  10. Eu propus à minha mulher (porque quis incluir dois apelidos meus), e ela não aceitou por lhe parecer pouco usual

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    1. Ora aí está outra perspetiva: será que nós, mulheres, temos interesse nessa mudança de paradigma? Recearemos, inclusivamente, algum estigma que possa daí advir?

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    2. (Filipa, hoje vou comentar pelas vezes que n o fiz nos anos que sigo este blogue :))

      Para mim o miudo ter o meu nome é motivo de um orgulho enorme.
      Orgulho pq vai continuar com o nome da familia, pq é um nome invulgar e bonito. E muito orgulho pq tenho um marido que é um companheiro, que não é machista e não quis saber da opinião alheia.

      E tb do que isso diz de mim por ter escolhido que o nome dele fosse assim, o facto de ser pouco usual só influenciou de forma positiva a decisão.

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  11. Eu ainda não tenho filhos, mas sempre pensei nessa questão, por o meu apelido soar melhor em último. E quando acontecer, tomaremos essa decisão sem qualquer estigma associado. Será pelo que nos soar melhor, não pela ordem imposta socialmente. Mas curiosamente, tenho uma amiga que à primeira filha atribuiu apelido materno + apelido paterno e à segunda filha, apelido paterno + apelido materno, para que ambos tivessem a oportunidade de dar o seu apelido, em último.

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  12. Quando soubemos que íamos ser pais, e depois do nome estar escolhido, falamos sobre o apelido, mas ultimamente acabamos por adotar a via tradicional.
    Desde que me lembro dizia "filha/o meu há de ter o mesmo apelido que eu". No entanto, assim que fiquei efetivamente grávida, percebi que esse assunto era-me, na verdade, absolutamente indiferente. Acabamos por ir pela lógica do que "soava" melhor. E o que soava melhor era mesmo o apelido do pai em último lugar, ahaha.
    É só um nome, e em nada define aquilo que somos enquanto família.

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  13. Olá Filipa! Vou aproveitar este post para pedir uma sugestão. Tenho uma Diana e um Duarte e estou grávida pela terceira vez. Vai ser uma menina e gostava que o nome começasse por D, tal como os irmãos. Em princípio, vamos escolher Daniela, mas sinto que não tem o mesmo estilo dos outros dois e, talvez por isso, ainda não fez o clique. Sugestões?

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    1. Muitos Parabéns!
      As minhas sugestões seriam Dalila ou Dânia

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    2. Dulce ou Dalila
      Felicidades!

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    3. E que tal Dalila ou Dânia? Acho que ficava top. Felicidades. Bonitos nomes!

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    4. A letra D não é das mais fáceis! O meu preferido é Dalila mas se, efectivamente, Daniela não faz o vosso estilo, a sugestão passará, talvez mais, por ponderarem usar outra inicial? :)

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    5. Dalila ficaria muito bonito para completar o trio.

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    6. Sugiro Dália. 3 sílabas e 5 letras como Diana, mas não tão semelhante como Dânia (que sendo anagrama pode causar alguma confusão).
      Muitas felicidades!

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  14. Em paises onde se fala espanhol o nome da mãe vem no fim. No entanto as pessoas apresentam-se com o nome do pai( qie é o penúltimo) à conta disso as minhaa filhas têm 4 nomes de familia: marido, meu, meu, marido. Eu nunca adotei o nome do meu marido.

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