O Diário de Notícias revelou que, entre Janeiro e o fim de Novembro, nasceram aproximadamente 80,700 bebés. O somatório dos registos do top 50 que vos apresentei há dias, e que diz respeito mais ou menos ao mesmo período, ultrapassa os 60,300 bebés. Este top 50 pode parecer pouco para nós, que gostamos de monitorizar sobretudo os nomes menos usados, mas acaba por dizer respeito a quase 75% dos nascimentos! Acho que é seguro afirmar que quem procura um nome pouco comum, pode concentrar-se nos nomes que não estão aqui e que não foram marcantes nas décadas mais recentes. Concordam?
Paralelamente, o Observador dá-nos hoje conta de que um em cada dez bebés nasce de mãe estrangeira, com enorme destaque para a nacionalidade brasileira, que é seguida da cabo-verdiana, romena e ucraniana. Eu não vivo perto de Lisboa e não estou diariamente no Porto, mas imagino que nas grandes cidades seja possível perceber o reflexo desta diversidade cultural nos nomes. Pergunto-me muitas vezes se isso tornará as pessoas mais abertas a nomes a que não estamos tão habituados ou se, pelo contrário, acentua a vontade de usar um nome tipicamente português. E também adorava saber se estas comunidades procuram nomes portugueses para os seus filhos ou se isso lhes parece irrelevante! Têm alguma opinião a este respeito?
Acho que este debate a respeito de "nomes portugueses" vs "tendências estrangeiras" tem muito que se lhe diga... Praticamente todos os bebés e crianças que conheço diariamente (e são muitos) têm, se não nacionalidade portuguesa, antepassados portugueses (mais ou menos recentes), e as tendências não têm nada a ver com as nossas! Para mim, o ambiente que nos rodeia é determinante. Estes cidadãos portugueses não se deixam encantar pelos nossos favoritos lá na pátria (duvido que os conheçam), e no entanto há muitos estrangeiros a residir em Portugal que se rendem às nossas tendências. Da mesma maneira, se somos nós próprios os e/imigrantes ou temos apego às tradições dos nossos antepassados, podemos importá-las connosco... e, quem sabe, inspirar os nossos novos conterrâneos =)
ResponderEliminarNão conheço pessoas naturais da Ucrânia ou da Roménia, por isso não comento, mas no que diz respeito a pessoas pertencentes à comunidade brasileira ou dos palop, os nomes que dão aos filhos não me causam, na maioria dos casos estranheza. Os brasileiros normalmente usam nomes portugueses ou italianos, alguns pouco comuns por cá como Luan ou Rael, mas que são tão "portugueses" como Santiago ou Benjamim, afinal existem poucos nomes que se possam chamar de "portugueses de raiz", os nomes populares por cá são quase todos latinos/hebraicos/gregos, etc. No que diz respeito a pessoas com ascendência africana, o que noto é a popularidade de nomes biblicos, raros ou mesmo desconhecidos em portugal, até mesmo entre os ditos católicos, nomes como Lázaro, Jairo, Gerson, Enoque, Neemias... Nomes árabes como Jair e Soraia, também são comuns, o que não é nehuma surpresa, pois a maior comunidade islâmcia em Portugal tem raizes africanas.
ResponderEliminarHá muitos nomes romenos iguais aos portuguesea :) conheço uma Maria mãe de um Gabriel e de uma Oana (sim, Joana sem O!).
ResponderEliminarEu acho que há dois grandes tipos de pessoas: aquelas que optam por opções mais familiares do português & aquelas que procuram um nome internacional. A comunidade estrangeira permite que nomes estrangeiros se tornem "mais comuns" em Portugal, o que faz com que mais pessoas se habituem a eles e os possam considerar como potenciais nomes no futuro. Também a comunidade emigrante portuguesa atribui nomes diferentes aos filhos numa tentativa de facilitarem a sua integração lá, ou seja, quase toda a gente tem um primo ou tio ou sobrinho com um nome diferente. Tudo isto, penso eu, contribui para que as pessoas alarguem os seus horizontes quanto aos nomes e se diversifiquem as opções. Paralelamente, acho que a comunidade estrangeira, há semelhança da nossa noutros países, vai considerando dar nomes portugueses aos filhos no sentido de facilitar a sua integração. Mas, no contexto socioeconómico em que estou inserida, não me parece que sejam a maioria, precisamente o contrário: lusodescentes com nomes estrangeiros.
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