Durante muito tempo, não havia bebés à minha volta mas, felizmente, num ápice, começaram a nascer, fortes e saudáveis. Ou seja, de um momento para o outro, as conversas tomaram outro rumo e dou por mim a debater coisas de que nada entendo, como um possível atraso na fala. Sinceramente, não sei muito bem quando é que um bebé começa a falar, mas parece-me que aquela coisa do "ao ano andante, aos dois falante" não é assim tão linear. Isto também não é coisa para me tirar o sono mas ontem ouvi uma grávida dizer que tinha descartado um nome masculino [que até está no top 10 de 2014] porque não queria que o menino só viesse a conseguir dizer bem o seu próprio nome por volta dos cinco anos. Fiquei com imensa vontade de interpelar a pessoa para aprofundar o assunto mas não tenho o hábito de abordar estranhos nas esplanadas e, por isso, remeto-vos a pergunta: é assim tão importante que a criança saiba pronunciar o seu nome de forma perfeita o mais cedo possível? Deixariam de usar um nome considerado "normal" com receio de que a criança demorasse a dizê-lo?
Já tenho lido que o meus amados Frederico & Frederica são impróprios para as outras crianças pronunciarem, mas acho que foi a primeira vez que ouvi alguém dizer que deixou de usar um nome por ser complicado! Haverá aqui um problema que me tem escapado?
Eu não descartaria nenhum nome por isso. Se não conseguir dizer o "r" do nome aos 2 consegue aos 3. E até lá, seja Manuel ou Frederico, vai sempre (ou quase sempre) ser tratado por diminutivos ou mesmo pelo apelido, se houver mais rapazes com o mesmo nome. Seria no mínimo irónico alguém tirar Frederico da lista com receio que o filho e as outras crianças não conseguissem dizer logo bem o nome e depois ele ser sempre o Bastos ou o Soares! xD
ResponderEliminarAbdicar de nomes por causa dessas "nhoquices" a mim não faz sentido nenhum. Querem que a criança seja um José Saramago aos 3 anos? Têm pressa de alguma coisa? Muitos adultos não dizem os "l" ou os "r", era suposto os pais adivinharem e não darem Samuel ou Rodrigo?
E depois gostava que essas pessoas me explicassem, tintim por tintim, por que raios haveria o filho ou a filha de ter de dizer PERFEITAMENTE o seu nome desde pequenina? Nem muitos adultos o conseguem! Acho normal até. E nem é só o nome, mas outras coisas como prato, cadeira, frigorífico, mesa, gelado... pato, cadena, figipo, mea, lato. É assim que oiço muitas crianças falar. E se muita gente sabe hoje dizer bem o seu nome, os filhos dessas pessoas também vão saber, não são menos inteligentes :)
As crianças são de uma inteligência que muita gente desconhece. Não as subestimem :)
Eu não riscava o nome da lista, mas sei que antigamente esse era um costume. As pessoas tinham medo que a criança, por exemplo, quando entrasse na escola não conseguisse escrever o seu próprio nome e para evitarem a vergonha, escolhiam nomes mais curtos e simples na grafia. Era um medo que hoje já não se justifica, até porque vem de outros tempos, em que a escolarização obrigatória dava os primeiros passos.
ResponderEliminarContudo, esse discurso do "a criança não vai conseguir dizer" continua presente. Eu acho, até porque muitas vezes quando falo deste assunto com familiares e amigos o comentário aparece de vez em quando: "Ari? O miúdo vai dizer o nome como se fosse "aí" durante tanto tempo!"
Eu acho perfeitamente normal que um casal opte por escolher um nome que evitar esta situação, é uma escolha como qualquer outra. Há quem tenha como critérios usar nomes começados por "A", nomes compridos, nomes com a terminação x, nomes literais... Respeito quem tem como critério "nomes que são fácil de pronunciar por uma criança". Apenas não creio que deva ser um critério inflexível na escolha do nome, porque o casal arrisca-se a abandonar muitos nomes que verdadeiramente gostam e talvez lhes faça mais sentido.
Também já ouvi que as crianças podem demorar muito tempo a aprender a escrever o nome. Facilitismos!
ResponderEliminarO problema é quando o nome é complicado para o adulto. Uma amiga teve de escolher outro nome porque o pai dela não conseguia pronunciar o nome escolhido para o neto, que era para ser Glauco, ele pronunciava "graco" e também "gaco".
ResponderEliminarEu não riscaria. Mais digo, estou agora grávida de um menino e o nome escolhido é Isaac. Logo no dia seguinte à noticia de que seria menino, e portanto quando nos começamos a referir ao bebé pelo nome, chegámos à conclusão que, nos primeiros tempos, o bebé irá, provavelmente, dizer que se chama Iac. Mas tal não nos fez vacilar na escolha, aliás, entretanto, de tanto brincarmos com o assunto, o Isaac já tem a carinhosa alcunha (secreta) de Iacas :) Quando ele chegar à idade em que as crianças são mais "maldosas", o meu Isaac já saberá dizer, certamente, o nome, ou então terá "tomatinhos" para responder à letra :P
ResponderEliminarOra, tendo optado por Frederico, nunca foi algo que me preocupasse, mesmo sabendo que a grande maioria dos adultos não pronuncia correctamente este nome!!
ResponderEliminarCuriosamente o irmão, de 4, diz corretissimamente "Frederico"! Agora é óbvio que as crianças levam o seu tempo a falar corretamente e certamente, o F., nunca vai dizer o nome perfeitamente nos primeiros anos, mas não vejo porque também não chegue aos 4 a dizê-lo corretamente... o treino também ajuda, assim como aprender a dizer as palavras com todas as letrinhas!!! ( falo emPor vezes, os adultos são os culpados ao "abebézarem" todas as palavras... (mas isto é um tema que dava pabo para mangas)
Nota: falo em condições normais, em crianças sem problemas de fala.
A minha filha é a Rafaela e quando era pequena para aí até ter uns 3 anos ela é outras crianças pronunciavam o nono como "Rafaeua" nunca me fez grande diferença assim como o meu sobrinho era o eduado e a minha irmã era a laula :)
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