Ontem, a Ana Garcia Martins, autora do blog A Pipoca mais doce, resolveu divulgar ao mundo que o seu segundo nome é Margarida, num post que deu origem a comentários deliciosos sobre os nomes da geração nascida nos anos 80.
À distância, temos de admitir que a grande maioria dos nomes não soa lá muito bem mas acho que somos demasiado duros nas críticas, porque, se reflectirmos sobre o assunto, concluímos que é um fenómeno perfeitamente natural. Os nomes giros são os de "agora". Os nomes lindos são os que se usam neste momento. Mas, exceptuando os nomes intemporais, a passagem dos anos acaba sempre por afectar o mais in dos nomes, sobretudo quando falamos dos nomes femininos, que se têm mostrado muito mais propícios ao desuso.
Os pais dessa geração de 80 estavam tão horrorizados quanto nós com a possibilidade de atribuir às suas meninas um nome mau. Não queriam nomes que lembrassem os tempos "da outra senhora", não queriam os nomes que lhes calharam por via do apadrinhamento, não queriam os nomes da geração das suas tias, queriam livrar-se dos nomes de inspiração religiosa das avós e, portanto, aproveitaram o frenesim cultural da época para escolher um nome mais moderno. Hoje, Vanessa pode não parecer a escolha mais elegante, mas pensemos que, naquela altura, a alternativa podia muito bem ser Deolinda.
No que respeita aos compostos, é indesmentível que Cátia Vanessa combina dois nomes fortes, que não têm nada a ver um com o outro. Mas, novamente, acho que há queixas demasiado injustas a respeito de combinações terminadas em Alexandra, Sofia ou Cristina.
A meu ver, alguns dos nomes da geração de 80 são maus nomes para as crianças nascidas em 2017. Mas não fazem má figura numa mulher de 30 anos, porque estão muito enquadrados na sua geração. E, sobretudo, esqueçam a ideia de que os nomes aristocráticos de agora é que teria sido ideia de génio, porque numa sociedade recém-saída de uma ditadura, esses nomes não eram a primeira, nem a segunda, nem a terceira opção!
Assim, caras colegas da geração de 80, não tenham vergonha do vosso nome, porque são poucas as mulheres à vossa volta que têm legitimidade onomástica para se acharem com um nome melhor. E mais: as gerações anteriores e a seguinte [ai a seguinte!!!] têm tanta razão de queixa quanto vocês! 😜
Os pais dessa geração de 80 estavam tão horrorizados quanto nós com a possibilidade de atribuir às suas meninas um nome mau. Não queriam nomes que lembrassem os tempos "da outra senhora", não queriam os nomes que lhes calharam por via do apadrinhamento, não queriam os nomes da geração das suas tias, queriam livrar-se dos nomes de inspiração religiosa das avós e, portanto, aproveitaram o frenesim cultural da época para escolher um nome mais moderno. Hoje, Vanessa pode não parecer a escolha mais elegante, mas pensemos que, naquela altura, a alternativa podia muito bem ser Deolinda.
No que respeita aos compostos, é indesmentível que Cátia Vanessa combina dois nomes fortes, que não têm nada a ver um com o outro. Mas, novamente, acho que há queixas demasiado injustas a respeito de combinações terminadas em Alexandra, Sofia ou Cristina.
A meu ver, alguns dos nomes da geração de 80 são maus nomes para as crianças nascidas em 2017. Mas não fazem má figura numa mulher de 30 anos, porque estão muito enquadrados na sua geração. E, sobretudo, esqueçam a ideia de que os nomes aristocráticos de agora é que teria sido ideia de génio, porque numa sociedade recém-saída de uma ditadura, esses nomes não eram a primeira, nem a segunda, nem a terceira opção!
Assim, caras colegas da geração de 80, não tenham vergonha do vosso nome, porque são poucas as mulheres à vossa volta que têm legitimidade onomástica para se acharem com um nome melhor. E mais: as gerações anteriores e a seguinte [ai a seguinte!!!] têm tanta razão de queixa quanto vocês! 😜
Sou da geração de 80 e estou muito feliz com o meu Mariana (sem mais nenhum nome próprio) :) há combinações de bradar aos céus! Quando era pequena achava Mariana um bocado comum (tinha sempre mais uma ou duas na turma), mas agora adoro.
ResponderEliminarO meu nome nunca foi comum,em época alguma! E sou tão feliz com isso! :)
ResponderEliminarai, a geração seguinte! ui, ui! xD
ResponderEliminarNão sou da geração de 80, mas acho Deolinda tão melhor que Vanessa :p
ResponderEliminarNão posso!! :D Por acaso até gosto de Vanessa, acho que só tem esta carga negativa em Portugal por causa do anúncio. Mas se Deolinda ainda hoje é datado, em 1985 era datadíssimo! :D
EliminarSou Vanessa (não amo, mas vivo bem com isso) e só agradeço não ter um segundo nome!!!! senão, não viveria com o desgosto lol
EliminarVanessa é bem aceitável. Nunca entendi porque caiu tanto. Mania de gostarem de datar os nomes :(
EliminarE já agora, gosto bem de Deolinda :)
Tenho uma amiga chamada Vanessa Cristina. Ela odeia o segundo nome. Só não tira porque a legislação não permite.
EliminarSou de 80 e chamo-me Raquel Susana. É preciso dizer mais?...
ResponderEliminarAntes Raquel Susana que Maria. Pelo menos naquela altura os nomes eram diversificados. Agora são todos iguais. Basta eu olhar para uma lista escolar. Que chatice! Copiam todos uns pelos outros.
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarSou da década 80 e sou Susana Raquel :p
EliminarAlguém sabe o nome do bebé da Ana Brito e Cunha?
ResponderEliminarAinda não!
EliminarAhahah. Se se fizer composições com nomes "chiques" o efeito tb é muito bom.
ResponderEliminarEu sou Ana Isabel e até gosto. Era super comum e sempre tive mais alguma na turma.
ResponderEliminarJá a minha pequenina nasceu este ano e chama-se mafalda. Para fugir aos nomes mais comuns.
Nasci em '89 e sou Joana Catarina, com muito orgulho. :-)
ResponderEliminarNasci em 89 e sou Ana Carlota
ResponderEliminarNasci em 87 e sou Vânia Sofia , não desgosto considerando que os meus pais estavam na duvida entre Vânia Sofia e Sónia Isabel ,fico bastante feliz por terem escolhido o nome que escolheram ;)
ResponderEliminarSou Carla Sofia e nasci em 82. N aprecio Carla, acho-o muito forte, mas tb n me vejo com outro nome.
ResponderEliminarConheço muitas Carla's da década de 70/80.
Sempre adorei o meu nome nasci em 87 acho que Rafaela não é comum e adoro ser tratada por Rafa ou Rafinha acho que da um ar traquinas ao nome já o segundo nome Filipa fui aprendendo a gostar muito pelo o seu significado e também porque acho que a conjugação dos dois nomes combina razoavelmente 👍
ResponderEliminarOs nomes portugueses dos anos 80 são diferentes dos brasileiros. Tivemos muitas: Vanessas, Patrícias, Jéssicas, Fernandas, Cibeles, Alines, Amandas, Micheles, Daniella e Julianas.
ResponderEliminarSejamos sinceros: combinações terríveis existem em todas as gerações. Talvez mais a partir dos anos 80 porque os nomes diversificaram-se. Mas as minhas tias mais novas nasceram na década de 1970 e uma ficou “Maria da Paula” e outra “Maria Sónia”, o que, sinceramente, é uma prova de que Maria não combina com todos os nomes.
ResponderEliminarHouve combinações que não lembram ao menino Jesus nas décadas de 1980 e 1990 sim, mas hoje também as há. E precisamente do mesmo género de que o nome fatídico das minhas tias: é achar que Maria combina com tudo. Eu tenho uma sobrinha chamada Íris Ágata, por amor de Deus… E quantas “Leonores Patrícias”, “Afonsos Nelson” entre outros desastres?
Em resumo: o mau gosto não escolhe gerações.