Nomes brasileiros com TH

em 11/10/11

Os tempos da escola primária já lá vão, mas as recordações são difíceis de apagar. Lembro-me de ter ficado muito entusiasmada quando comecei a conseguir juntar as primeiras letras, lendo devagar todas as palavras que me apareciam à frente. E lembro-me de passar por uma farmácia e olhar estupefacta para a sua tabuleta rebuscada, onde o F era substituído por PH. "Era assim que se escrevia antigamente", explicou a minha mãe, debitando de seguida uma série de outras palavras que, outrora, se grafavam de outra forma. 
Mais tarde, quando comecei as aulas de inglês, não conseguia deixar de pensar que nós éramos muito mais evoluídos do que eles porque já não escrevíamos "como os antigos". Na minha cabeça, a justificação deveria estar relacionada com o facto de eles terem uma rainha - e isso era coisa que me fascinava sobremaneira. Nessa altura fiquei balançada e quanto maior o contacto com a língua inglesa, maior foi a tendência para achar que o H embelezava as palavras. Na minha cabeça, tornava tudo mais elegante, não só na grafia, mas na pronúncia. 
E é aqui que eu quero chegar. No Brasil, o TH e o PH são bastante usados, sem que isso altere a forma como dizemos o nome. Sofia ou Sophia são pronunciados do mesmo modo, mas Sophia é bem mais popular. 

Alguns nomes com TH: 

  • Anthony
  • Arthur
  • Jonathan
  • Matheus
  • Nathan
  • Thomas
  • Theo


  • Agatha
  • Esther
  • Nathalia
  • Thais
  • Thayla


Convém salientar que todos esses nomes estão presentes no ranking de 100 nomes mais usados em 2010, do Baby Center Brasil, e também é comum ver Thiago e Christina. Mas, para ser justa, também é necessário referir que na lista constam outros nomes que não levam H, como Vítor, Vicente, Augusto, Antônio, Otávio... 

Qual é a vossa versão preferida? Existe alguma explicação para esse fenómeno no Brasil, para além da possibilidade de tornar o nome mais apelativo? Acham que se tornaria tendência, caso fosse aprovado em Portugal? Existem outros nomes não estrangeiros que são frequentemente grafados com Th ou Ph? 


11 comentários:

  1. Tenho de ser honesta: este tipo de grafia remete-me imediatamente para a pronúncia inglesa. Para quem, como eu, não tem nenhum costado anglo e, não sendo casada com ninguém que o tenha, parece-me estranho. Usarmos «F» em vez de «PH» é algo específico da evolução da nossa língua, que a distingue e a torna única. Isso é especial. Se há nomes que nos parecem estranhos, ou modernos, e acabam por revelar-se portuguessíssimos e antigos, este tipo de grafia parece-me um «querer ser diferente» desnecessário. Mas isso sou eu, claro!!!

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  2. Pelo o que eu percebo essas grafias são usadas para se diferenciar. Mas já está tão comum...

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  3. Eu já tenho o hábito de escrever esses nomes com TH e não vejo nenhum problema nisso, acho estranho até qndo não é usado. Acho q sai tão naturalmente qnto os "c" q vcs às vezes colocam nas palavras como: estupefacta, facto, contacto... pra mim é estranho, mas pra vcs é comum.
    :)

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  4. Mas por isso mesmo é que há diferenças entre PT(EU) e PT(BR) e essas deveriam ser celebradas, pois a língua conta a história de um povo e cada diferença tem uma razão de ser específica desse povo. Os «c» de que fala a Patrícia, as consoantes mudas, caem agora, com o novo acordo ortográfico. Ajudavam a explicar as origens latinas de muitas palavras, mas o acordo é outra conversa, já que não entendo de forma alguma esta uniformização da língua. De facto, a grafia com PH, que caiu em Portugal e se manteve no Brasil, reforça a noção de que, linguisticamente, normalmente as antigas colónias (sem ofensa, por favor) são mais conservadoras do que os países colonizadores - veja-se como o italiano não é a língua românica mais próxima do latim, como o inglês dos Estados Unidos conserva termos completamente caídos em desuso deste lado do Atlântico e tanta coisa mais... Engraçado como a grafia do PH acaba por se agarrar mais a uma tradição perdida, quando a maior parte dos pais brasileiros a deve colocar exactamente pelos motivos contrários (mas isso, deixemos para quem lá vive poder comentar).

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  5. O "PH" acho desnecessário tendo em conta a evolução da língua mas o "TH" gosto de ver em Edith, Judith e em Elizabeth com o "z" em vez do "s" também, Thais e Theo também acho bonito escrito desta maneira.

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  6. Se Sophia fosse aprovado em Portugal era o nome que eu escolheria para uma filha. Sou uma grande admiradora da Sophia de Mello Breyner e o nome faz parte do fascínio :) Já Sofia não me atrai, acho que o ph ou th dá outro charme ao nome. Na minha opinião, não vejo problema nenhum na aprovação deste e outros nomes.

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  7. Concordo inteiramente com a C*. A minha afilhada chama-se Sofia (com F, portuguesinha de gema), mas a própria mãe por vezes ao escrever (nada de documentos oficiais nem nada disso) escreve Sophia. Dá outro encanto ao nome, na minha opinião (:

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  8. ou o meu nome por ex...fui registada como Sophie (em França) e em todos os meus documentos oficias tenho esse nome. Quando vim para Portugal (aos 15 anos) e tive de fazer o BI, tive de passar para Sofia pq segundo eles o nome com ph nao existe.

    Nao é que tenho algo contra o nome mas durante 15 anos assinei e fui tratada de uma determinada maneira e custou imenso a habituar-me. Todos os meus amigos chamam-me Sophie (pq para mim é o meu nome) mas no papeis oficias nao...

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  9. Embora eu prefira os nomes escritos como à portuguesa... Esta história da Sophie ainda me faz confusão, aliás alguém aqui mencionou a Sophia de Mello Breyner, se ela era portuguesa e tinha direito a ser Sophia, não entendo porque a Sophie não tem... acho que isso era caso para contestar :P

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  10. O caso da Sophie é revoltante porque o nome tem pronuncia diferente e não tinham o direito de o alterarem, dou a mão à palmatoria Sophia ou mesmo Sophie fica muito charmoso com "ph".

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  11. Patricia, para já essas palavras foram escolhas infelizes porque o "c" pronuncia-se em Portugal nessas palavras.
    Mas a pronúncia do Brasil e de Portugal é muito diferente, e as letras "mudas" em Portugal têm uma função - abrem as vogais que lhes antecedem. No Brasil não são necessárias porque as vogais são sempre abertas.
    Comparar isto com o th e o ph, que são grafias completamente inúteis tanto em Portugal como no Brasil, é no minimo, uma associação algo descabida.

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