Quando aos 17 anos a minha melhor amiga me disse que estava grávida e partilhou comigo o nome da bebé, a minha reacção deve ter sido qualquer coisa como "Ah?!!". A pequerrucha que ia nascer tinha tudo para se chamar Jéssica ou Luana. Um nome modernaço, para combinar com uma mãe jovem; um nome desses que estavam na moda nos inícios dos anos 2000.
Mas não. O nome escolhido... Bem, ela conta a história melhor do que eu:
Em plena adolescência, eis que me deparo com a notícia de uma gravidez inesperada... Depois do susto, veio o entusiasmo e por fim a hora de escolher o nome para a princesinha que aí vinha. Claro que a escolha não poderia ser feita sem a ajuda do pai - despachei-me logo a elaborar uma lista dos nomes que mais gostava e entre eles constavam Aurea, Mariana, Carolina, Raquel, Madalena, etc...
Pedi ao pai que escolhesse alguns para ir reduzindo as hipóteses, até que chegamos a um consenso. De entre todos restou apenas um: Aurea! Confesso que era o que mais me fascinava desde o início! E se havia algo de bom a tirar de toda esta experiência que foi a maternidade precoce na minha vida, que também o nome o pudesse mostrar. Aurea: Ouro mas também prosperidade, coisas boas e positivas, aureas!! E a verdade é que a minha Aurea é das coisas mais aureas da minha vida!!
Ainda na adolescência, a minha amiga escolheu o nome Aurea. Absolutamente inesperado, concordam?
Anos mais tarde, a Cláudia voltou a engravidar e desde o dia em que soube da notícia, fiquei em pulgas. Eu sabia que a bebé dificilmente teria um nome muito popular mas, uma vez mais, o que ouvi foi surpreendente!
E nove anos mais tarde, surgiu a vontade de ser mãe novamente e desta vez havia já um nome que ecoava na minha cabeça, se viesse mais uma menina como eu tanto gostava! Alice! O nome da minha querida tia que me fazia torradas com manteiga e leite com café para o lanche. E Alice no país das maravilhas era com certeza o que eu queria que fosse o mundo da minha próxima filha! Não havia dúvidas quanto ao nome mas eis que a Alice não vinha sozinha.Mais uma vida chegava junto com ela. Havia agora que escolher outro nome. Deixei essa tarefa para o pai, com uma única condição: tinha que começar por "A" como o nome das irmãs. E nada de nomes banais como Ana, Ângela ou Amélia, nem nomes abrasileirados que nada têm a ver com a aparência dos nossos filhos. Tinha que ser um nome forte mas ao mesmo tempo diferente, com impacto e então ficou Antónia... Primeiro estranha-se e depois entranha-se! Tinha pensado em Madalena como homenagem à minha avó materna que é a melhor avó do mundo!! Mas algo me dizia que a minha menina ia ser a mais forte de entre as três, a mais resistente! A verdade é que a minha Antónia tem tanto de forte como de doce! Vai ser com certeza uma verdadeira Antónia! Vigorosa, personalidade forte e quase inderrubável. Já a Alice parece que vive mesmo no país das maravilhas, relaxada com a vida mas com o feitio rabugento, tal e qual a mãe....
E esta é a historia da escolha dos nomes das minhas filhas que talvez seja das escolhas mais acertadas que já fiz na vida!! Aurea, Alice e Antónia.
A minha amiga Cláudia não tem 30 anos. Mas tem três filhas com três nomes que fogem à regra e que durante o percurso escolar, dificilmente serão confundidas com outra criança da mesma idade (excepção feita talvez a Alice, que no ano passado se ouviu mais do que o habitual, por causa do filme do Tim Burton). Imagino que o meu "Ah?!" não tenha sido o primeiro nem o último que ela ouviu. Mas hoje, esse meu "ah?" foi trocado por um "uau". Fazendo ou não parte do grupo de nomes preferidos, a Cláudia formou um trio de nomes absolutamente invejável.
Cláudia, muito obrigada pela partilha da tua história! Alguém quer partilhar a sua?
Nota: A Cláudia escreveu sempre Aurea sem acento; não sei se no registo está mesmo assim, mas na lista de aprovados o nome leva acento: Áurea.
Foram escolhas muito giras :) Acho muito engraçado as irmãs terem algo em comum no nome, tanto a primeira letra, como neste caso, ou alguma semelhança nos sons. A letra A é especialmente elegante, e de todos adoro Alice. Áurea é linda a grafia, menos usal de se ouvir. Antónia é um nome que sempre achei de muito bom gosto, clássico e intemporal.
ResponderEliminarAurea e Alice adoro.
ResponderEliminarAntónia nem por isso.
Mas sem duvida escolhas diferentes :)
Fantástico o "sibset"! É muito agradável ver crianças que não se chamem Inês, Beatriz e Carolina. Especialmente Antónia, que acho muito forte e clássico. Alice é o nome da minha avó, mas temo que esteja a ficar na moda outra vez!
ResponderEliminarÁurea é bonito, mas prefiro Aurélia ou (o meu favorito) Aurora :)
Sou brasileira e tenho interesse por variantes portuguesas. Depois de ler alguns posts é que percebi que este blog trata de nomes usados em Portugal, cujas preferências portuguesas diferem das brasileiras. É lógico que escolherei nome que tenha tudo que ver com o perfil dos brasileiros.
ResponderEliminarSobre o nome Antónia - no Brasil é grafado Antônia - é um nome bastante usado aqui, sobretudo nas classes menos favorecidas. Então pergunto, por ter a grafia diferente da usada em Portugal é que é considerado abrasileirado?