A lei portuguesa não permite que se registe um recém-nascido com qualquer nome. Algumas pessoas encaram-no como uma grande interferência do Estado na liberdade do cidadão; outros agradecem o facto de haver tamanha protecção da língua portuguesa e, consequentemente, das crianças. Eu estou no meio termo. Sei que há uma explicação para as proibições, mas vale a pena trazer a lume algumas questões que tenho levantado a mim mesma desde o "Caso Lyonce" :
a) A proibição de determinados nomes serve para proteger a língua portuguesa ou para evitar que as crianças sejam nomeadas de forma embaraçosa?
b) Em que medida aportuguesar os nomes próprios estrangeiros (como Quévin) é mais protector da língua portuguesa do que permitir o uso de substantivos comuns que aparecem no nosso dicionário desde sempre (como Brisa)?
c) Se podemos dar às crianças nomes tão negativos como "Maria das Dores" e "Maria da Agonia", por que não nos é permitido chamar-lhes "Dádiva" ou "Belíssima"?
d) A história de Portugal está cheia de nomes maravilhosos, que fomos obrigados a decorar na escola, devido à sua importância. Se são importantes, porque não os podemos homenagear, usando-os nos nossos filhos? Que mal têm Aviz, Urraca, Egas?
e) Quais serão os critérios definidos para aceitar um substantivo e outro não? Felicidade sim, mas Igualdade não. E no caso dos adjetivos? Linda sim, Lindo não.
Para finalizar, deixo uma pequena lista que retirei do conjunto de mais de 2500 vocábulos proibidos como nomes próprios, que eu provavelmente não usaria, mas que não me chocariam se fossem aprovados (pelo menos não mais do que Zamy, Yuri e Wilson):
d) A história de Portugal está cheia de nomes maravilhosos, que fomos obrigados a decorar na escola, devido à sua importância. Se são importantes, porque não os podemos homenagear, usando-os nos nossos filhos? Que mal têm Aviz, Urraca, Egas?
e) Quais serão os critérios definidos para aceitar um substantivo e outro não? Felicidade sim, mas Igualdade não. E no caso dos adjetivos? Linda sim, Lindo não.
Para finalizar, deixo uma pequena lista que retirei do conjunto de mais de 2500 vocábulos proibidos como nomes próprios, que eu provavelmente não usaria, mas que não me chocariam se fossem aprovados (pelo menos não mais do que Zamy, Yuri e Wilson):
- Âmbar
- Amena
- Aragão
- Atena
- Aviz
- Beladora
- Belíssima
- Branco
- Brisa
- Clarinha
- Cristal
- Dádiva
- Delta
- Deusa
- Eça
- Eden
- Ega
- Eneida
- Eros
- Fenícia
- Goa
- Igualdade
- Imaculada
- Indio
- Itaca
- Lindo
- Lola
- Luar
- Luso
- Maio
- Medusa
- Ofir
- Orfeu
- Paixão
- Pérola
- Pétala
- Primavera
- Rosinha
- Tília
- Vénus
- Virtuosa
Eça e Luso são proibidos em Portugal? Adoraria conhecer mais afundo os critérios de reprovação
ResponderEliminarCássio, esses nomes continuam "proibidos"... Há um artigo interessante do Prof. Ivo de Castro, responsável pela aprovação ou não dos nomes, que explora um pouco esses critérios...
ResponderEliminarhttp://www.clul.ul.pt/files/ivo_castro/2001_Nome_dos_Portugueses.pdf
Se não conseguir copiar o link, faça uma pesquisa num motor de busca por Ivo de Castro Nome dos Portugueses
Eu gosto de Eca e Ega e pensei que seriam aprovados... Pérola, Petula e Rubi também acho piada!
ResponderEliminarConcordo com o Cássio. Principalmente Luso...
ResponderEliminarMas eu não sabia que havia esta restrição em termo de nomes. Isto não é contra a liberdade de um cidadão?
Curiosamente, conheço uma senhora venezuelana que se chama Eneida e o filho chama-se Eros. Sempre achei o máximo manter-se na mitologia grega.
ResponderEliminarJá agora, a lista precisa de actualização por vários desses nomes já são permitidos registar em Portugal.